sexta-feira, 2 de julho de 2010
Use Your Illusion II
Acordo. Estou no meio da minha pequena mas aconchegadora sala, sentado no sofá. As pessoas estão felizes e cantam num karaoke. Reconheço todas as caras. Uma música começa a tocar, e eu olho para a letra. De repente, abstraio-me de tudo e olho fixamente para a letra. Penso na minha situação vezes e vezes se conta. Revejo todos os momentos bons, e todos os momentos maus, e o mundo parece cair-me em cima. Vou para o meu quarto, meto a November Rain a tocar e deito-me na cama, a chorar e à espera de receber o peso do mundo em cima das costas. E no meio do primeiro solo, ele chegou. Senti dor tal como nunca tinha sentido, e enquanto ouvia o solo a ecoar nos meus ouvidos, as imagens acentuavam-se no meu cérebro e eu não conseguia pensar em mais nada. No fim da música, sinto uma dessas caras conhecidas a entrar no meu quarto. Deitou-se a meu lado, disse-me coisas que ecoavam nos meus ouvidos de uma maneira estranha. Pareciam demoradas. Mas eu percebia. Tentava responder, mas não conseguia. Não conseguia falar nem mexer-me. Apercebi-me naquele momento que tinha atingido o fundo do poço sem fundo. Era ali o fim da linha. E aí fiquei, escuro, silencioso, e completo.
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E aí eu percebi.
ResponderEliminarEle caiu.
Tenho de o ajudar.
Agarrei na corda mais próxima de mim, atirei-a lá para o fundo.
Reparei que não irias conseguir sozinho.
Rapidamente prendi a corda a uma pedra e desci por ela.
Tentei agarrar em ti e subir contigo, mas estavas pesado.
Não te mexias.
Tentei ainda com mais força e consegui.
Pus-te às costas.
Subi.
Lá em cima deitei-te no chão.
Pensei, preciso de água.
Olhei à minha volta,
Um deserto.
Raio, não podia haver sitio pior?
Vi um cato.
Sabia que era a única solução.
Ia doer mas tinha de ser.
Afinal tratava-se de ti.
Fui em direcção a esse cato.
Coloquei a mão nele, assustei-me com todos aqueles ramos em formato de agulha a ameaçarem a minha mão.
Olhei para trás,
Vi-te a lacrimejar lágrimas lentas,
Como se tivesses num estado inconsciente.
Pensei,
Tenho de conseguir.
Agarrei com toda a força,
Uma dor imensa percorreu-me o corpo,
Mesmo assim consegui arrancar um bocado.
Voltei para onde te tinha deixado,
Exprimi o cacto com cuidado,
A tua cara ficava molhada.
Sentei-te.
Fiquei a olhar para ti e a tentar falar contigo.
Percebi que tinha que te deixar um bocado assim.
Afastei-me.
Mas não te deixei sozinho.
Voltei passado um pouco tempo depois.
Deite umas chapadas na cara para acordares,
Tentei-te tirar desse estado alucinatório e de ilusão onde te encontravas.
Consegui por momentos,
Senti-me no mínimo concretizado por teres voltado.
O deserto à nossa volta, subitamente se transformou no teu quarto.
Tinha de me ir embora,
Não queria deixar-te assim,
Custou-me.
Mas ao menos tirei-te do poço e do deserto.
Tive consciência que te levei a casa.
Sabia que ali ficarias seguro.
Só não queria é que voltasses para esse poço no meio do deserto.
E não quero mano.
Lembra-te daquilo que falámos ontem,
Tenta,
E tem força.
Sabes que irei estar sempre ao teu lado,
Porque tu importas,
Porque fazes parte,
Dos meus amigos,
E de mim.
Só tens uma vida,
Sobe para o patamar de cima,
E vive-a.
Amo-te <3
haw fuck *.*
ResponderEliminarawesome
ja tas é pronto pa outra :D